Bem Vindos!



Bem Aventurados os que entram no Bosque da Lua Carmim!

Se você chegou até aqui, bem vindo!

Se foi convidado, sinta-se à vontade para sentar à volta da fogueira e ouvir As Sete Cantadoras, suas histórias, delírios e mágoas, a assistir às declamações apaixonadas de Eros e o ardor de suas palavras!

Agora, se chegou com as próprias pernas ... bem ... não se engane, por trás da dança, da bebida e da fogueira também está o covil da loba: local onde ela guarda os ossos que desenterra no escuro e lambe as feridas da carne e alma.

De qualquer forma, você está aqui, se seguiu o brilho alaranjado da lua, ou se simplesmente está perdido no escuro, olhe onde pisa e divirta-se, as histórias estão ditas para aqueles que querem ouvir.

Novamente, bem vindos.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Um Sonho, não o primeiro, tão pouco será o último.

Delírios,


A Caminhada.



Onde estou?
As ruas são escuras e o ar meio acinzentado, tudo parece ter tons pastéis.
Ah é, estou sonhando novamente.

Eu caminho por ruas vazias e silenciosas, quando ao longe eu avisto o sinal, de metal polido em cromo preto... Ou seria aquilo madeira e palha queimada? Estranho, eu não me lembro dele ser assim, o pentagrama de ponta cabeça na frente da casa era diferente na minha memória. A casa que sempre me aguçou a curiosidade não tinha o símbolo assim, não era confeccionado em mais de um material, não era cinza e preto. Era somente um adorno em gesso no mesmo padrão de cores da casa.

Eu sempre me perguntei quem morava ali..

Estranho... A Casa não parecia um galpão nem uma tenda. Nem mesmo uma garagem.
Chegando mais perto posso ver vários homens assistindo ao Futebol numa pequena Tv, ainda daquelas de "tubo", era tudo meio rústico e os homens não pareciam estar abertos. Me sinto mal de estar ali, como se estivesse fazendo algo errado e cercada de gente que não me queria ali, pessoas ruins, ou fossem talvez apenas velhos ranzinzas que não queriam ser incomodados.

Logo um homem se aproxima: "é o dono da casa" .. como sei disso?  
Ele me dá um pouco de medo, ele me parece assustador. ...Bobagem, por quê estou julgando alguém que não conheço? As pessoas não precisam ser sempre boas ou ruins, certo?.., ao chegar ainda mais perto, eu me lembro que ele é um índio, e agora ele se parece com um.

O receio ainda existe, mas eu olho para o lado e vejo produtos em uma prateleira, ervas, misturas engarrafadas, potes disformes, pastas e unguentos.

- Você vende produtos naturais! Que legal – tento descontrair a conversa.

Ele me mostra os itens da prateleira, estranhamente eu mesmo explico as ervas em cada item e suas propriedades, como se ele tivesse passado aquele conhecimento para mim: as frases vem para minha cabeça automaticamente e eu as repito sem pensar. Peço algo para meu pulmão, a pneumonia está me afetando, e eu posso sentir minha sinusite muito forte. Sorrindo ele me entrega uma garrafa de vidro com ervas expectorantes nos álcool e novamente eu digo as propriedades delas, e como devo usar. ...É engraçado saber algo que você não sabe, é engraçado receber essas informações..., ele apenas acena com a cabeça concordando com tudo.
Antes de ir embora, eu peço: - Já que você possui ervas anti inflamatórias, poderia me dar algo para aftas? Estou com algumas bem chatas – ... Rs ... Eu sei que estou sonhando, e sei também que eu não tenho nenhuma afta na boca, meu sonho inventou algo do nada, quanta bobagem, onde ele irá me levar?... Sem discordar o índio me entrega o remédio sorri quase maliciosamente.
Eu saio dali com as compras na mão, vou em direção à uma festa organizada por um amigo, por algum motivo o índio me segue ainda por algum tempo. Ao chegar na porta da festa eu me viro para ele e sem jeito deixo entender que ele não poderia mais me seguir, ele entende ou ele mesmo sugeriu ir embora? Não me lembro, acho que ele só queria despedir-se, ou receber um agradecimento mais claro, ou quem sabe o que ele me disse ali.
Eu entro na festa, as pessoas estão se arrumando para algo grande, mas eu não pareço animada.
Separo um espaço.
Me sento.
Espero o momento de acordar.











- Plot TWIST: Durante o almoço do mesmo dia descubro duas aftas na minha boca.
- Plot TWIST 2: A Casa existe e está para alugar, tem a quantidade de cômodos que preciso, e o quintal enorme que sempre quis, uma pena estar tão destruída.
- Plot TWIST 3: A Casa está praticamente alugada por outra pessoa.