O ArDor de uma noite solitária, ou: O que aprendi quando o desejo bate à porta em hora inoportuna?
As vezes nem a mais fria geada pode controlar o calor da maré.
- Por RedFox, A Primeira.
A Madrugada é a única companheira, ela nunca vai negar um único gole,
Assim como eu, nada saciará sua sede, nem todo néctar do vale
Mas no céu, a lua despontava seca e vazia.
As taças vazias que um dia brindavam hoje riem e dançam à sua frente debochando da falta do néctar quente.
Solidão é trono de mármore frio no qual sento em meio aos heróis nos Campos elísios.
Apesar do frio, dos sorrisos planejados, a mente enebriada trafega entre as memórias que ardem como labareda.
A brasa queima lentamente a velha lenha dentro do peito, aos poucos reacendendo a alma.
O corpo torna-se a pira Beltânica, queimando vida no ventre, ardendo em brasa por entre as entranhas, vertendo o néctar no cálice.
E novamente as taças, agora cheias, sorriem, derramando o néctar no vale.
A cheia é temporária, por apenas uma noite a lua permite inspiração suficiente.
A dança cessa e o cálice seca.
E novamente o vale espera, agora não mais árido e inóspito, mas vivo e pronto para a nova vida.
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